quinta-feira, 19 de setembro de 2013

De doar-se pelo umbigo!

Sim, esse foi um dos primeiros insights que tive em análise quando da descoberta da gestação. Mas o primeiro pensamento que tive logo após a notícia brusca no consultório ginecológico foi: tenho dois corações batendo em mim...e isso, meus caros, é forte! Exclusividade da mulher - mamífera, parideira, mãe.
Cândida me fez ver que gravidez é uma coisa e maternidade é outra. Como foi importante essa diferença!  E a partir daí, surgiram muitas karinas em mim - e uma ânsia de querer saber de tudo misturado com o medo de errar.
Querer saber de tudo também era uma neurose e sentir medo então - vixe - bons tempos no divã...ok, tive que aprender a esperar, esperar o não saber, esperar para aprender, errar e tentar de novo - viver!
Não tinha nem dois meses de vida e já me mostrara essa imensidão de saberes....aaaah menino, você veio com tudo hein! Com certeza, meu filho, eu aprendo muito mais com você do que você comigo. Cada dia é um novo começo, se apresentando pra mim com tantas e tamanhas novidades que precisaria de mil teclados aqui para digitar.
Sabe, o mais bonito foi isso - emprestar meu umbigo à uma parte minha para sobreviver. Nossa isso é lindo e visceral, literalmente. Nosso umbigo, meu amor, se conectou - fomos um só e foi tão gostoso! 
Lembro-me como se fosse hoje de um dia no divã, quando emocionada disse - 'hoje eu comi uma empada e estava tão deliciosa que disse assim para ele - come filho, está uma delícia!' E essa foi a primeira vez que falei com ele. A palavra é o amor: estômago abaixo, no sangue, correndo pelos nossos cordões, nos alimentando. 
Hoje quando fazia comida e explicava à ele sobre os legumes e suas cores, disse que o alho e a cebola eram para dar um tempero na comida - ele me perguntou com seus olhos: 'mãe o seu leite tem tempero do quê hein?' Eu em súbito respondi: de mãe.
Umbigo, leite, alimento, vida, amor, extensão narcísica. 
Ah, a maternidade!







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