terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Todo-o-mundo é louco. Viver é muito perigoso - Riobaldo de Grande Sertão Veredas

"Alguma coisa acontece no meu coração"... diz a canção - bom, ainda não sei e quando não sei é bom! É sim porque daí começo buscar, leio, penso, lembro, minhas funções cognitivas viram um fervilhão, um emaranhado de 28 anos de imaginação! Vixe.

Cá estou eu, portanto, lendo meus amigos das palavras - Guimarães e João Cabral. Pode? Duplinha infalível... pega essas:

O RELÓGIO
"Ao redor da vida do homem
há certas caixas de vidro,
dentro das quais, como em jaula,
se ouve palpitar um bicho.
... que continua cantando
se deixa de ouví-lo a gente:
como a gente às vezes canta
para sentir-se existente."   João Cabral de Melo Neto em Morte e Severina e outros poemas em voz alta.

"O senhor saiba: eu toda minha vida pensei por mim, forro, sou nascido diferente.Eu sou é eu mesmo. Divêrjo de todo mundo... Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa." Guimarães em Grande Sertão Veredas.

"Uma coisa é pôr idéias arranjadas, outra é lidar com país de pessoas, de carne e sangue, de mil-e-tantas misérias... Tanta gente - dá susto de saber - e nenhum se sossega: todos nascendo, crescendo, se casando, querendo colocação de emprego, comida, saúde, riqueza, ser importante, querendo chuva e negócios bons..."Guimarães em Grande Sertão Veredas.

"Essa cova em que estás,
com palmos de medida,
é a conta menor
que tiraste em vida.
É de bom tamanho,
nem largo nem fundo,
é a parte que te cabe
deste latifúndio. João Cabral de Melo Neto em Morte e Vida Severina.


Da esquerda para a direita, Machado de Assis, Vinicius de Moraes, Guimarães Rosa, Lima Barreto e João Cabral de Melo Neto: ócio produtivo:

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